sábado, 25 de dezembro de 2010

Aprendendo a aprender

Assim como os poemas
de uma só estrofe, são
os momentos e recordações.

Assim como os versos
compostos de uma simples idéia,
são os sonhos e seus recados.

Assim como é a palavra
que transmite a emoção,são
elas que traduzem os textos.

Uma escrita simples, uma
escolha simples, uma idéia nova,
um ato inovador, um fato.

Assim vamos crescendo
de verso em verso, são
escrito as estrofes.

Um princípio de existência
de estrofes em estrofes,
passa-se a um poema.

Um poema por sua vez
é intitulado, rotulado,
se torna uma obra.

Uma obra como tantas outras
mas, uma obra de uma coleção,
um único autor ou compositor.

E ao se juntar a tantas outras,
essa obra se torna única,
se torna nomeada e autografada.

Por isso, cuidado!
Uma obra tem sua responsabilidade,
tem seu estilo e seus fatos.

A obra de uma vida,
ou se deseja chamar, vida em obra
requer cautelas e responsabilidades.

Um alguém me contou que
a vida não perdoa, e você
nada mais é, que vitima do que faz.


Gustavo Freitas

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O único espectador

O som que vinha do teatro,
encantador, envolvente e sedutor
este era o som que vinha do teatro.
Em sua porta um singelo homem,
o teatro de portas abertas
o convite feito para entrar.
De tão simples ficou sem jeito,
mas resolveu conhecer o que escutava.
O teatro vazio, no palco um pianista só
tocava melodias que tocavam a alma,
o homem se sentou ao fundo e maravilhado
somente conseguia admirar,
e antes que o concerto chegasse ao fim
o simples homem resolveu se retirar
e o pianista de tão concentrado nem o viu,
ao fim do concerto agradeceu o teatro
e também se retirou.

Gustavo Freitas

sábado, 11 de dezembro de 2010

Profeta

Olhai-vos o mar
Comparai-vos com o ato de amar
Como uma figura doce e delicada
Mas às vezes violenta e mal-humorada
Na contradição do descaso
A imensidão do arraso
de maneira que nos envolve
e o que nos foi roubado
jamais se devolve.
O poeta vive de tristezas
e no colapso, vê a beleza
na depressão, busca a inspiração
e com clareza exprime sentimentos,
por fim limpa a sua alma!

Gustavo Freitas

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pedidos Noturnos

Insônia, um mártir que carrego comigo,
presente a cada noite que necessito de descanso.
Pesada, profunda, assombrada!
Mata meus sonhos, brinca com meu corpo.
Já não posso por hora aproveitar este silêncio.
Silêncio de alma, de pele, de pensamentos.
Oh insônia! Por que me escolheu?
Por que repousa comigo?
Deixe-me, pois eu deixo-te.

Gustavo Freitas